#2 Heurísticas de Nielsen: Correspondência entre o sistema e o mundo real

Rafaela Pitta
3 min readMay 8, 2021

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O design deve estar de acordo com a linguagem dos usuários. Use palavras, frases e conceitos familiares ao usuário, em vez de jargão interno. Siga as convenções do mundo real, fazendo com que as informações apareçam em uma ordem natural e lógica.

👋 Introdução

Imagine que você queira comprar uma passagem aérea na Fly Airlines. Você não tem o costume de viajar e focou apenas em encontrar o dia e o trecho que queria, mas na hora de reservar o ticket se depara com dois tipos de bilhete aparentemente iguais: Fly Plus e Fly Flexível. Os dois bilhetes têm o mesmo valor e você não consegue encontrar em nenhum lugar do site as diferenças entre eles.
Normalmente, passagens de tipo Plus estão associadas a mais espaço para as pernas e, passagens Flexíveis, estão associadas a possibilidade de reembolso ou troca das datas da sua viagem. Se você não sabia disso, agora sabe a importância entre manter uma correspondência entre o sistema e o mundo real.

💬 Conteúdo

Adaptar a linguagem do usuário a interface pode parecer uma responsabilidade que transcende o design, mas é de vital importância para experiência. Como UX Designer, você é responsável por garantir que o usuário esteja recebendo a mensagem corretamente e não apenas lidando com jargões técnicos ou internos que não transmitem, de maneira clara, o que o sistema quer dizer.

À exemplo da nossa pequena história com a Fly Airlines, ela de fato aconteceu comigo, enquanto trabalhava em um projeto para uma grande companhia aérea — meu time, que não tinha o costume de viajar, não tinha certeza do que aquele jargão significava naquele contexto. Eu já tinha visto, em outras duas empresas, os nomes Plus e Flexível associados a mais espaço para pernas e flexibilidade de alteração das datas da passagem. Ligamos para companhia e, para nossa surpresa, eu estava certa: e eles nunca imaginaram que alguém poderia ter dúvidas à respeito disso.

Por mais óbvio que pareça, manter a linguagem simples e clara, diminui a carga cognitiva do usuário em situações que, por mais óbvias que sejam, podem gerar confusão.

Além disso, o sistema também deveria seguir padrões do mundo real para facilitar o reconhecimento do funcionamento daquele sistema pelo usuário. Por exemplo… Adicionar coisas ao carrinho enquanto compra algo online. Essa visão é derivada da experiência física de segurar um item que você tem interesse em comprar em breve. Ao criar carrinhos digitais, lojas esperam que o usuário tenha o mesmo sentimento de "reservar" itens que tem interesse em comprar — e assim, diminuir a fricção entre o mundo digital e o mundo real.

Se você não estiver fazendo ambos, pode acabar criando uma visão indesejada da sua interface — como se você não conhece os seus usuários ou ligasse para eles.

🙃 Conclusão

Para efetivamente atender a segunda heurística de Nielsen, devemos falar a linguagem do usuário — evitando jargões técnicos ou de marketing — e seguir convenções do mundo real — diminuindo a fricção entre o mundo digital e o mundo real. Crie experiências pensando no seu usuário! Lembre-se de criar experiências para eles e não para você.

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Written by Rafaela Pitta

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